Um novo ciclo

Entre ontem e hoje li muitos posts sobre o ocorrido da Arezzo, com as mais diversas opiniões e com textos ótimos. Entre eles, posso citar, o de Michel Fonseca, o do Trend Coffe e o do Esse Tal Meio Ambiente.

É muito bom ter pensamentos variados sobre um mesmo assunto, assim podemos discutir e refletir. O post do The Big Fashion Theory foi bem no calor da confusão mas, nem por isso, o aprofundar dessa discussão me levou a uma conclusão diferente daquela. Pelo contrário, apenas consegui formular melhor minha opinião.

Não sou vegetariana, ainda procuro botas de couro pela qualidade, meu guarda-roupa ainda não é eco, tenho consciência de que todos os cosméticos que utilizo foram testados de alguma forma, provavelmente em animais, meus alimentos são industrializados, o petróleo e as garrafas de plástico estão constantemente em meu dia-a-dia. Mas será que por isso não posso lutar por uma causa que acredito?

Se as pessoas só puderem lutar por causas ambientais se forem totalmente ambientalistas, ou por causas sociais se forem moralmente perfeitas, então ninguém luta! E o mundo continua nesse ciclo.

Acredito em uma mudança gradativa. Ninguém, hoje, consegue se privar completamente dos “maus hábitos” da modernidade, mas com o tempo e exercício nós começamos a criar uma consciência sobre os fatos e a modificar pequenas coisas no cotidiano que dão pontapés para a formação de um ciclo oposto a esse no qual estamos inseridos.

Como disse no outro post, nós somos os criadores daqui para frente. Então, o que NÓS vamos fazer com o poder de criação? Com consciência e dedicação com certeza é possível fazer muito.

Não deixarei de criticar, de confrontar, de lutar, apenas por não conseguir seguir cada palavra do que digo. Pois quando digo, estou falando para mim mesma, estou dizendo que EU também preciso mudar. E admito sem vergonha meus erros e fraquezas, nem por isso irei desistir de me melhorar e de ajudar um pedacinho do mundo que eu posso cuidar.

8 comentários sobre “Um novo ciclo

  1. Juliana, obrigado pela referência.

    Só pra abastecer a discussão: fui vegetariano por 3 anos. Destes 3, durante 1 não comi absolutamente nada de origem animal. Nunca fui do tipo revolucionário, que queria que o mundo se tornasse vegetariano. Sempre tive consciência de que o consumo de peles é necessário (não na nossa realidade), que o consumo de carne é essencial, principalmente para os que não tem dinheiro para se manterem saudáveis sem a óbvia e eficaz dieta onivora. Na minha era vegetariana, era 10x mais saudável do que sou hoje, que voltei a comer carne, e tamém gastava muito mais dinheiro com meu almoço, tanto comendo na rua quanto preparando em casa. Enfim… é uma questão de possibilidade. E as pessoas precisam dar mais valor ao que podem fazer individualmente. Não é só levantando bandeiras que você pode mudar o mundo. As vezes é mais simples do que imaginamos.

    Sempre fui crítico com qualquer tipo de questão. E acho válido aquele papo de “Faça o que digo, não o que falo”. Porque, como você disse, não preciso ser um exemplo de boa índole para saber o que é boa índole. E muito menos para aconselhar, criticar e perceber o que é errado.

    Muito boa, a sua reflexão. Sensata. Gostaria que a maioria das pessoas que estão criticando a Arezzo e outras milhões de organizações pensassem assim. As vezes, pela necessidade de fazer algo bom, acabamos metendo os pés pelas mãos e atacando quem não tem tanta responsabilidade assim pelos prejuízos que não queremos ver.

    • Adorei você ter vindo comentar! E que bom que gostou.
      Concordo com o seu comentário. Devemos mesmo é fazer nossa parte da forma que podemos, nem por isso temos que deixar de denunciar. Sem a pretensão de mudar a cabeça das pessoas e o mundo, mas tendo a consciência de que estamos fazendo nossa parte. E é isso que faço e por isso minha consciência não pesa tanto.
      Beijos

  2. Primeiro, quero te dar os parabéns pela criatividade do nome do blog! 😀

    Segundo, eu vim parar aqui através da indicação de Michel, e assim, é uma reflexão que poucos blogs , como o seu e o de Michel, propuseram.
    Falar de novo o que eu já coloquei no blog dele vai soar redundante, mas ainda assim quero dizer que te parabenizo pela iniciativa do questionamento, que reflexões assim são importantes pra o desenvolvimento dos ideais, pra nossa evolução.

    Beijo!

      • Com essa tendência do Imediatismo fica difícil esperar que as pessoas reflitam mais que se expressem, ou pelo menos antes de se expressarem. Porém, fica aqui a minha força, junto com a sua, para pedir um pouco mais de reflexão nesta era da expressão.

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